Depois da paralisação em março de 2020 por causa da pandemia de covid-19, a temporada brasileira de cruzeiros 2021/2022 começa nesta sexta-feira (5), com a saída de um navio do porto de Santos, em São Paulo.

A liberação da circulação de navios turísticos aconteceu depois da aprovação e publicação de protocolos definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última sexta-feira (29). Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), a previsão é de que a temporada produza um impacto de R$ 1,7 bilhão na economia nacional e a geração de 24 mil empregos.

Além da ocupação máxima de 75% da capacidade da embarcação, do distanciamento de 1,5m entre grupos e do uso obrigatório de máscaras, estão entre os protocolos sanitários determinados pela Anvisa a vacinação completa obrigatória para hóspedes e tripulantes; testagem antes do embarque com exame PCR até três dias antes ou antígeno até um dia antes da viagem; e testagem frequente de, no mínimo, 10% das pessoas embarcadas e tripulantes. As excursões e visitas em terra estão autorizadas e seguirão os protocolos das companhias.

Será necessário ainda o preenchimento de formulário de saúde pessoal (DSV – Declaração de Saúde do Viajante); ar fresco sem recirculação; desinfecção e higienização constantes; plano de contingência com corpo médico especialmente treinado e estrutura com todos os modernos recursos para atendimento dos hóspedes e tripulantes; e medidas de rastreabilidade e comunicação diária com a Anvisa, municípios e estados.

De acordo com a Clia Brasil, a temporada tem cinco embarcações confirmadas, ofertando 383 mil leitos, com 106 roteiros e 413 escalas em destinos nacionais como o Rio de Janeiro, Santos, Salvador, Angra dos Reis, Balneário Camboriú, Búzios, Cabo Frio, Fortaleza, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Itajaí, Maceió, Porto Belo e Ubatuba.

O presidente da Clia Brasil, Marcos Ferraz, reforçou hoje (4), em São Paulo, que, para a indústria de cruzeiros a saúde e a segurança dos hóspedes, tripulantes e das cidades visitadas e o compliance (regras de qualidade) sempre estarão em primeiro lugar e foi por isso que a entidade trabalhou em colaboração com as autoridades responsáveis pela liberação da temporada.

“Estamos prontos para navegar e muito felizes de acompanhar o retorno dos cruzeiros ao Brasil, tanto pela importância do nosso setor para a economia e para a geração de empregos, quanto pela oportunidade de oferecer as mesmas experiências únicas e memoráveis que as pessoas apaixonadas por cruzeiros estão acostumadas a vivenciar e para tantas outras que viverão esses momentos pela primeira vez”, disse.

De acordo com a Clia Brasil, cerca de três milhões de pessoas, em mais de 200 navios, já voltaram a navegar em cerca de 50 países, desde que os cruzeiros retomaram as operações.

As projeções indicam que, até o fim do ano, 80% da capacidade da frota global estarão em operação, de acordo com um levantamento da Clia Global (Cruise Lines International Association).

Demanda

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, afirmou que a expectativa é de que a temporada seja um grande sucesso por conta da demanda reprimida do pós-pandemia existente em todo o mundo.

“Tenho certeza de que os 75% de ocupação que foram liberados pelas autoridades estarão lotados. Haverá procura maior do que oferta. É uma realidade que não tem volta e nosso potencial é muito grande”, disse.

O ministro lançou ainda um desafio para as operadoras de navios. Sugeriu que as temporadas se transformem em uma atividade constante, abrangendo outros destinos como a região do Nordeste. “Garanto que vocês não vão perder dinheiro. Façam um teste e acreditem no Brasil. Vocês terão em nós um parceiro e não vão se arrepender”. Ele citou ainda a possibilidade de um cruzeiro no rio Amazonas.

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