Foto: Arquivo pessoal.
“Botox pirata” vem sendo usado no país; produto é proibido pela Anvisa
Em janeiro deste ano, uma denúncia anônima levou a polícia e a Vigilância Sanitária do Rio Grande do Sul a uma clínica de procedimentos estéticos em Porto Alegre/RS. Por não haver informações sobre o produto que estava sendo utilizado, a Anvisa proibiu, em junho do ano passado, a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso dele no Brasil.
De acordo com as investigações, esse produto, conhecido como Israderm, é comprado no Paraguai, onde a venda é liberada. “Os pacientes são atraídos pelos preços mais baixos que o de toxinas devidamente registradas e aprovadas”, alerta a dermatologista Lívia Fraga.
O Israderm está sendo aplicado em clínicas de estética no Brasil e em outros países, que não têm origem de fabricação ou conhecimento de fórmulas conhecidas. “Quem utiliza esse material não sabe ao certo o que está injetando nos seus pacientes, e há diversas complicações como infecções e alergias descritos no país após a aplicação do material”, esclarece.
Cuidados
Uma forma de saber se o especialista está usando o botox falso é por meio do número de lote. “São 7 marcas com registro da ANVISA, onde a comercialização é permitida e mais segura para o médico e para o paciente. Todo frasco de toxina botulínica vem com o número do lote registrado e o acesso a esta informação é direito do paciente. Na minha clínica o paciente sai com estas informações por escrito em mãos, mas se ele não as receber, é direito seu pedir”, frisa.
Aplicar a  toxina botulínica precisa de conhecimento em anatomia e  mecânica dos músculos da face, e não é uma aplicação pura e simples de qualquer produto. Não tem uma receita de bolo. A força muscular e o padrão de contração são únicos de cada paciente. Por isso, é importante saber escolher um bom profissional. “Um especialista sério passa por especializações para realizar a aplicação. Porém, a técnica se vulgarizou em clínicas estéticas clandestinas, que praticam preços mais baratos incompatíveis com os melhores produtos do mercado, e muitas vezes são produtos piratas, diluições erradas, material anti-higiênico ou até mesmo aplicações de subdoses “, afirma Lívia.
Fonte: Lívia Fraga – Médica, especialista em estética (@draliviafraga).

atualizado em 24/02/2022 - 16:07

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